Responde o tempo que passa
Pergunto ao tempo de outrora
P’la força do meu egrégio povo
Tanto trabalho que o devora
Há um Estado que o explora
Para bem dum Estado Novo
Pergunto ao tempo que passa
Pelos cravos da democracia
Caça-se o voto com negaça
E o povo rende-se na praça
Às ilusões da burguesia
Pelos cravos da democracia
Caça-se o voto com negaça
E o povo rende-se na praça
Às ilusões da burguesia
Pergunto ao tempo há-de vir
Pelas cores da minha bandeira
Há meia haste para brandir
Fala-me de um Hino a falir
E dum idioma sem fronteira
Pergunto ao tempo da razão
Pela verdade na justiça
Quanto valerá a rectidão
Se a mentira lavra a tostão
Emparelhada com a cobiça
Pergunto ao tempo perdido
Pela gente do meu do meu país
Fala-me de um povo esquecido
De um povo sem apelido
Filho duma árvore sem raiz
Pergunto ao tempo caduco
E de Portugal, que se espera?
Fala-me dum Estado eunuco
Dum povo a cantar de cuco
A anuciar nova Primavera
Toulões, Outubro de 2012
Pelas cores da minha bandeira
Há meia haste para brandir
Fala-me de um Hino a falir
E dum idioma sem fronteira
Pergunto ao tempo da razão
Pela verdade na justiça
Quanto valerá a rectidão
Se a mentira lavra a tostão
Emparelhada com a cobiça
Pergunto ao tempo perdido
Pela gente do meu do meu país
Fala-me de um povo esquecido
De um povo sem apelido
Filho duma árvore sem raiz
Pergunto ao tempo caduco
E de Portugal, que se espera?
Fala-me dum Estado eunuco
Dum povo a cantar de cuco
A anuciar nova Primavera
Toulões, Outubro de 2012
3 comentários:
Meu caro Chanesco
Gostei desta sua incursão nas fórmulas da poesia. Não nas fórmulas poéticas, porque poética é toda a prosa que nos tem oferecido.
Verifico que o tempo, apesar das desgraças, lhe afiança que haverá um renascer porque, tal como no poema de Manuel Alegre, (que me fez lembrar)"há sempre uma candeia". Assim seja!
Um abraço
Pois é veginho , desconhecia-lhe essa veia poética que lhe vai muito bem .Continue , continue , que gostaremos de o ouvir cantar "ao tempo que passa "1
vegitas
Fátima, Quina
Estes versos foram feitos assim à maneira de como quem diz:
Quem não tem que fazer faz colheres
Obrigado pelo apreço
manifestado.
Um abraço
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