Circo eleitoral - (parte 1)
Actualmente, as campanhas eleitorais que massacram a paciência ao mais que alheado cidadão eleitor, descrente com a política lesa-pátria da "troika" que há anos, em alternância, nos governa e se vai governando, não são o período de esclarecimento nem de apelo à reflexão para, sem dúvidas, podermos escolher a cor da mortalha para o voto a colocar na urna.
Em campanha fala-se de tudo menos do essencial. Argumenta-se contra as birras e arrufos dos adversários políticos com arrufos e birras à medida, uma vez que o programa de governo que se discute, proposto por cada partido, é um manual boas maneiras.
A ideologia politico/partidária é posta à margem da campanha. Como chamariz servem os nomes dos cabeças de cartaz, que chegam aos comícios para mostrar a sua habilidades circenses. Já não se apela ao voto, a favor ou contra, o partido A, B ou C, para referir apenas estes a que as sondagens dão maior cotação, baseadas na opinião dos inquiridos acerca do sex-appeal dos oradores com voz de bagaço ou da cor da sua gravata. Apela-se, isso sim, a favor ou contra o voto no malabarista, no trapezista, ventríloquo, ou artista dos cãezinhos amestrados. Ou seja, os comícios são num espectáculo de saltimbancos em que os intervenientes culminam numa ronda, de chapéu na mão, a pedir o voto à populaça chamada a assistir e a ovacionar de bandeirinha em punho.
Mas vá lá, valha-nos santa Bárbara; acabou a campanha, acabou a trovoada.
Actualmente, as campanhas eleitorais que massacram a paciência ao mais que alheado cidadão eleitor, descrente com a política lesa-pátria da "troika" que há anos, em alternância, nos governa e se vai governando, não são o período de esclarecimento nem de apelo à reflexão para, sem dúvidas, podermos escolher a cor da mortalha para o voto a colocar na urna.
Em campanha fala-se de tudo menos do essencial. Argumenta-se contra as birras e arrufos dos adversários políticos com arrufos e birras à medida, uma vez que o programa de governo que se discute, proposto por cada partido, é um manual boas maneiras.
A ideologia politico/partidária é posta à margem da campanha. Como chamariz servem os nomes dos cabeças de cartaz, que chegam aos comícios para mostrar a sua habilidades circenses. Já não se apela ao voto, a favor ou contra, o partido A, B ou C, para referir apenas estes a que as sondagens dão maior cotação, baseadas na opinião dos inquiridos acerca do sex-appeal dos oradores com voz de bagaço ou da cor da sua gravata. Apela-se, isso sim, a favor ou contra o voto no malabarista, no trapezista, ventríloquo, ou artista dos cãezinhos amestrados. Ou seja, os comícios são num espectáculo de saltimbancos em que os intervenientes culminam numa ronda, de chapéu na mão, a pedir o voto à populaça chamada a assistir e a ovacionar de bandeirinha em punho.
Mas vá lá, valha-nos santa Bárbara; acabou a campanha, acabou a trovoada.
O jogo Portugal/Noruega não podia ter vindo mais a propósito para apagar a campanha da memória e me ajudar a reflectir sobre a incerteza do futuro. A mim e ao meu vizinho. A nossa vitória sobre os Noroegueses animou-me. Ganhámos ao país com maior rendimento "per cápita" da Europa, logo somos melhores. Amanhã vou votar mais alegre, consciente de que o meu voto e o do meu vizinho, que vota numa cor diferente da minha, vão conceder a Portugal legitimidade para governar quem o governa.
6 comentários:
Olá vezinho Chanesco , subscrevo , integralmente o que diz .
Boa semana
Vesitas
Quina
Bem pensado. Bem dito. Deixo a certeza de que não votei em nenhum dos que, há 37 anos, nos dão música e se governam. Eles e os amiguinhos.
Bem haja pela reflexão.
Quina e António
Épena que seja sempre na mesma:quando se exige mudança, a coisa muda mas é a inevitável história das moscas; vão mudando mas a porcaria mantem-se
Saudações raianas a ambos
Caro Chanesco
Também a mim me confunde o mesmo facto: a única eleição pessoalizada é para a Presidência da República, por isso, não faz sentido - até me parece ilegal - que se apele ao voto em fulano ou sicrano em eleições legislativas nas quais somos chamados a votar em listas partidárias!
Ainda no sábado, a alguém que me dizia "vou votar em fulano", expliquei que não, que o não poderia fazer, porque o fulano era cabeça de lista por outro distrito, por isso, quanto muito, iria votar em beltrano!
Mesmo assim, qualquer que seja o desencanto que se apoderou de nós devido ao modo como a nossa democracia tem sido tratada, aquilo que vivemos é infinitamente melhor do que tudo quanto se passava antes do 25 de Abril. Nesse tempo, recordo, alguém governava como senhor absoluto do poder, assumindo a capacidade transcendental de pensar pelo povo e de saber melhor do que o povo aquilo que o povo queria. Pelos vistos, entre outras coisas, o povo queria uma guerra que durava havia já 13 anos.
Desculpe a arenga.
Um grande abraço
Fátima
Acho que a questão dos cabeça de lista o são às vezes por distritos com os quais não têm afinidade e que, caso raro, não defendem verdadeiramente os interesses das gentes do distrito pelo qual são eleitos.
Quanto à democracia enxovalhada concordo consigo. Mais vale uma democracia deficitária que uma ditadura.
Um abraço
A desilusão apoderou-se de nós mas não houve quem no-la minorasse porque do essencial não ouvi falar. Floreados, como dizia a minha avó, foi do que se serviram para uma campanha das mais pobres a que assisti.
Bem-haja!
Abraço amigo
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