O terreiro das Baraças, no coração da Malhadinha, sempre foi dos lugares mais movimentados da aldeia. O mundo girava ali naquele largo.
Aos domingos, tirando a porta da Igreja na hora da missa e a porta do Salão às horas de baile, era lá que se juntava a povoléia para brincar, confraternizar e também discutir, mas só em pequenos grupos que o regedor andava vigilante.
Era lá que os homens tiravam teimas, no jogo da barra ou da malha.
Era lá que batiam a cavaquinha, no parapeito de uma qualquer janela, sempre acompanhados por uma assistência atenta e entendida, que conjecturava e ia fazendo os seus vaticínios.
Era lá que jogavam a raioula, que a taberna do ti Cavalinho e mais tarde a do ti Fontes eram logo ali ao lado.
Era lá que as raparigas jogavam ao mata e outros jogos da Quaresma e que os rapazes jogavam à sovela ou ao porro. Este tinha de ser um pouco mais afastado não fosse o diabo tecê-las, ao atirarem a pedrada ao alvo (porro), acertar onde menos se esperava.
Também era lá que, em noites de lua cheia, se fazia o baile das bruxas e se reunia a diabólica, antes de desabelhar pelas ruas em grande algazarra e desaparecer pelos campos absorvida pelas sombras que se escondem da lua. Na manhã seguinte constatavam-se as marcas da sua passagem em tudo quanto era "espinhos, espetos, cardos e carapetos".
Aos domingos, tirando a porta da Igreja na hora da missa e a porta do Salão às horas de baile, era lá que se juntava a povoléia para brincar, confraternizar e também discutir, mas só em pequenos grupos que o regedor andava vigilante.
Era lá que os homens tiravam teimas, no jogo da barra ou da malha.
Era lá que batiam a cavaquinha, no parapeito de uma qualquer janela, sempre acompanhados por uma assistência atenta e entendida, que conjecturava e ia fazendo os seus vaticínios.
Era lá que jogavam a raioula, que a taberna do ti Cavalinho e mais tarde a do ti Fontes eram logo ali ao lado.
Era lá que as raparigas jogavam ao mata e outros jogos da Quaresma e que os rapazes jogavam à sovela ou ao porro. Este tinha de ser um pouco mais afastado não fosse o diabo tecê-las, ao atirarem a pedrada ao alvo (porro), acertar onde menos se esperava.
Também era lá que, em noites de lua cheia, se fazia o baile das bruxas e se reunia a diabólica, antes de desabelhar pelas ruas em grande algazarra e desaparecer pelos campos absorvida pelas sombras que se escondem da lua. Na manhã seguinte constatavam-se as marcas da sua passagem em tudo quanto era "espinhos, espetos, cardos e carapetos".
E isto, podem crer que era verdade, porque testemunhos não faltavam.
O tempo foi passando, o tempo foi mudando, mas o largo foi continuando o mesmo.
Nas longas e quentes noites de verão funcionava ali o tribunal.
Ao serão, as mulheres sentadas num baturel, davam largas à sua veia justiceira, inquirindo, julgando e condenando, sempre à revelia, a vida alheia.
Nesse mesmo baturel sentava-se, aos domingos à tarde, quando a sombra já refrescava, o ti J’quim do Ribeirinho com o seu caixote de laranjas d’imbigo, mais doces que mel de abelha marçanica, colhidas nas laranjeiras lá da horta e vendidas a 6, 10 tostões. Quem aceitasse levar a dúzia era brindado com um cartuchinho de tremoços. "Não pensem já que foi aqui que as grandes multinacionais - tipo mequedonaldes - vieram buscar a ideia dos brindes promocionais. Nessa altura, já a farinha predilecta de muita canalha, trazia um soldadinho de colecção dentro da caixa".
O tempo foi passando, o tempo foi mudando, mas o largo foi continuando o mesmo.
Nas longas e quentes noites de verão funcionava ali o tribunal.
Ao serão, as mulheres sentadas num baturel, davam largas à sua veia justiceira, inquirindo, julgando e condenando, sempre à revelia, a vida alheia.
Nesse mesmo baturel sentava-se, aos domingos à tarde, quando a sombra já refrescava, o ti J’quim do Ribeirinho com o seu caixote de laranjas d’imbigo, mais doces que mel de abelha marçanica, colhidas nas laranjeiras lá da horta e vendidas a 6, 10 tostões. Quem aceitasse levar a dúzia era brindado com um cartuchinho de tremoços. "Não pensem já que foi aqui que as grandes multinacionais - tipo mequedonaldes - vieram buscar a ideia dos brindes promocionais. Nessa altura, já a farinha predilecta de muita canalha, trazia um soldadinho de colecção dentro da caixa".
O negócio sempre rendia o esforço de ter passado um verão a regar laranjeiras.
O ti J’quim era homem dado a grandes conversas. Falava, falava, falava. Por vezes perdia-se e perdia, tentando ser demasiado persuasivo na sua venda.
Já todos conheciam as suas histórias, principalmente aquelas em que fazia descrições pormenorizadas da cidade de Lisboa.
Ele, que nunca tinha ido à capital, conhecia-a apenas da cartografia militar, e pouco mais, mas falava dos monumentos, das ruas, dos bairros populares, como se lá tivesse sido carteiro toda a vida.
Não sabia uma letra, mas em contas ninguém lhe passava a peneira.
E memória? Prodigiosa. Qualquer coisa que lhe entrasse no sentido e que nela pusesse fé, era certo que ficava cativa naquela mioleira que, como ele dizia:
- A terra há-de mos comer, mexidos com ovos de pita choca.
Para verem a memória do homem dou-lhes um exemplo.
O correio (cartas e encomendas), era a ti Alfaiata que o ia buscar à Zebreira, fazendo diariamente a viagem de ida e volta a cavalo na sua burranca, sendo depois distribuído à porta da taberna do ti João Bata, que nessa altura tinha o depósito dos despachos dos CTT e também o telefone público. Estes serviços, mantendo os mesmos moldes, passaram, mais tarde, a funcionar na taberna do ti Fontes, mesmo ao pé do Terreiro das Baraças. Nesta altura já a ti Alfaiata tinha passado o lugar ao "homem do correio" que fazia o percurso ao contrário: vinha da Zebreira trazer a correspondência a Toulões e voltava.
A distribuição era feita ali mesmo. Todos os dias, mais ou menos à mesma hora, lá estava um magote de gente pronta para responder à chamada.
O ti J’quim raramente faltava à leitura do correio. Àquela hora arranjava sempre um tempo para fazer uma bola e ir ouvir nomear os destinatários das cartas que chegavam.
É aqui que ele puxa pela memória.
Quando via alguém que fazia vida no campo e passava muito tempo sem vir a casa, cujo nome fora mencionado, tratava logo de avisar:
- Vai lá à Conceição Donija (Dionísio) que tens lá carta! – mencionando sempre o dia em que a dita "fora lida" pela primeira vez, mesmo que já tivesse passado um mês ou dois. E o carimbo dos correios, descontando os dois ou três dias em que a carta andava em circulação, não enganava.
No terreiro das Baraças havia por vezes outras teimas, não que fizessem girar o mundo, mas às vazes faziam chispas.
Era digna de ser presenciada, quando aparecia o ti Zé Pintalgado e se pegava com o ti J’quim, ambos a discutir fosse que assunto fosse, a discussão resultante.
Uma luta de teimosos, cada um a querer dar mostras de maior sabedoria que o outro.
O ti Zé Pintalgado trazia sempre no bolso umas folhas de jornal que guardava religiosamente dobradas e embrulhadas. Exibia-as em algumas ocasiões, já com algumas letras sumidas, para mostrar notícias, aí com 5 ou 10 anos, que dissipavam dúvidas quanto a veracidade de algumas das suas tiradas.
Por vezes já era motivo de chacota e afinava quando o ti J’quim o picava:
- Atão e o Sr. Padre da Mata-Mourisca tamém dá leite, no é? – fazendo alusão a uma notícia sobre distribuição de leite em pó por parte do pároco que era referida numa das folhas do maço que mais parecia um velho pasquim.
Mas ele, sempre resposta pronta na ponta da língua, não se ficava e rematava de seguida:
- Atão tu que sabes tanto, mê paspalhão, responde-me lá a esta: Quantos quilos de serradura tenho de dar a comer o mê burro para cagar duas tábuas de solho em pau de pinho?
Mas, brincadeira à parte, o ti Zé Pintalgado era mesmo dono de grande sapiência.
Citava com frequência os prognósticos proféticos do Bandarra, uma espécie de Nostradamus à portuguesa, para enquadrar uma determinada situação.
- Já o Bandarra dizia…- e deitava p’rali um corgalho de versos, num arcaico que mal se percebia.
Falava da memória da água, e exemplificava o fenómeno com o funil com que o ti Cavalinho trasfegava o vinho, previamente baptizado, do pipo para o garrafão. E a coisa era mesmo verdade, porque o jornal fazia prova.
Sabia fazer contas com "cobrados", conhecia a história de Portugal de fio a pavio, falava das civilizações grega e romana e por aí fora.
Homem já entrado na idade, grande conversador e grande pedagogo, tinha sempre uma regra para ensinar aos mais novos, mas também gostava de lhes pregar umas rasteiras. Não eram raras as vezes em que punha à prova a sabedoria dos cachopos que vinham passar as férias escolares.
- Atão parente, em que ano andas? Sabes em que dinastia D. Pedro III foi rei de Portugal?
Nem esperava pela resposta e avançava logo com o sacramental problema do pombal das cem pombas e do gavião (lembram-se?), atrapalhando o raciocínio ao sortudo a quem tivesse calhado a rifa.
A dada altura é que foram elas.
Numas férias grandes, apareceu por ali um rapaz a cavalo numa montada que não precisava de esporadas nem de puxões de rédeas para se empinar nas patas traseiras e abrir, campo fora, desenfreada. Aquela Kawasaki 125 cross, que parecia um potro ainda por amansar, deixava tudo abismado. Com dois pinchos para lá e dois para cá ia à Granja e voltava.
Aquilo é que era uma novidade das valentes.
Era o filho do Ferreta, vaqueiro na Granja. Alguns ainda se lembravam dele em garoto, quando estudava no seminário. Sempre que cá vinha, ajudava o senhor padre António na missa, mas depois, tendo ido estudar para Coimbra, chegava à Granja de fugida para visitar os pais e nem vinha aos Toulões.
O bom do ti Zé, uma vez que o apanhou a jeito, tratou logo de lhe fazer o teste. O rapaz conseguiu inverter posições e, como grande malabarista da matemática que era, passou ele a questionar. Ao conseguir provar diante dos seus olhos, que 1 era igual a 2 e, depois, que 2+2 era igual a 5, deixou o ti Zé descomposto.
- Este sabe mai qu’ a justiça velha!
Recompondo-se, sacou da cartola o trunfo que guardava sempre que se via enrascado. O problema das laranjas que ainda ninguém lhe tinha resolvido. Nem ele o sabia resolver. Sabia apenas o resultado, mas revelá-lo..., tá quieto.
Ditou o problema sem grandes explicações.
O Zécá só pediu para recapitular:
- Ora vejamos: três guardas, metade das laranjas mais metade de uma sem partir nenhuma a cada um e ficou com zero laranjas.
O ti J’quim era homem dado a grandes conversas. Falava, falava, falava. Por vezes perdia-se e perdia, tentando ser demasiado persuasivo na sua venda.
Já todos conheciam as suas histórias, principalmente aquelas em que fazia descrições pormenorizadas da cidade de Lisboa.
Ele, que nunca tinha ido à capital, conhecia-a apenas da cartografia militar, e pouco mais, mas falava dos monumentos, das ruas, dos bairros populares, como se lá tivesse sido carteiro toda a vida.
Não sabia uma letra, mas em contas ninguém lhe passava a peneira.
E memória? Prodigiosa. Qualquer coisa que lhe entrasse no sentido e que nela pusesse fé, era certo que ficava cativa naquela mioleira que, como ele dizia:
- A terra há-de mos comer, mexidos com ovos de pita choca.
Para verem a memória do homem dou-lhes um exemplo.
O correio (cartas e encomendas), era a ti Alfaiata que o ia buscar à Zebreira, fazendo diariamente a viagem de ida e volta a cavalo na sua burranca, sendo depois distribuído à porta da taberna do ti João Bata, que nessa altura tinha o depósito dos despachos dos CTT e também o telefone público. Estes serviços, mantendo os mesmos moldes, passaram, mais tarde, a funcionar na taberna do ti Fontes, mesmo ao pé do Terreiro das Baraças. Nesta altura já a ti Alfaiata tinha passado o lugar ao "homem do correio" que fazia o percurso ao contrário: vinha da Zebreira trazer a correspondência a Toulões e voltava.
A distribuição era feita ali mesmo. Todos os dias, mais ou menos à mesma hora, lá estava um magote de gente pronta para responder à chamada.
O ti J’quim raramente faltava à leitura do correio. Àquela hora arranjava sempre um tempo para fazer uma bola e ir ouvir nomear os destinatários das cartas que chegavam.
É aqui que ele puxa pela memória.
Quando via alguém que fazia vida no campo e passava muito tempo sem vir a casa, cujo nome fora mencionado, tratava logo de avisar:
- Vai lá à Conceição Donija (Dionísio) que tens lá carta! – mencionando sempre o dia em que a dita "fora lida" pela primeira vez, mesmo que já tivesse passado um mês ou dois. E o carimbo dos correios, descontando os dois ou três dias em que a carta andava em circulação, não enganava.
No terreiro das Baraças havia por vezes outras teimas, não que fizessem girar o mundo, mas às vazes faziam chispas.
Era digna de ser presenciada, quando aparecia o ti Zé Pintalgado e se pegava com o ti J’quim, ambos a discutir fosse que assunto fosse, a discussão resultante.
Uma luta de teimosos, cada um a querer dar mostras de maior sabedoria que o outro.
O ti Zé Pintalgado trazia sempre no bolso umas folhas de jornal que guardava religiosamente dobradas e embrulhadas. Exibia-as em algumas ocasiões, já com algumas letras sumidas, para mostrar notícias, aí com 5 ou 10 anos, que dissipavam dúvidas quanto a veracidade de algumas das suas tiradas.
Por vezes já era motivo de chacota e afinava quando o ti J’quim o picava:
- Atão e o Sr. Padre da Mata-Mourisca tamém dá leite, no é? – fazendo alusão a uma notícia sobre distribuição de leite em pó por parte do pároco que era referida numa das folhas do maço que mais parecia um velho pasquim.
Mas ele, sempre resposta pronta na ponta da língua, não se ficava e rematava de seguida:
- Atão tu que sabes tanto, mê paspalhão, responde-me lá a esta: Quantos quilos de serradura tenho de dar a comer o mê burro para cagar duas tábuas de solho em pau de pinho?
Mas, brincadeira à parte, o ti Zé Pintalgado era mesmo dono de grande sapiência.
Citava com frequência os prognósticos proféticos do Bandarra, uma espécie de Nostradamus à portuguesa, para enquadrar uma determinada situação.
- Já o Bandarra dizia…- e deitava p’rali um corgalho de versos, num arcaico que mal se percebia.
Falava da memória da água, e exemplificava o fenómeno com o funil com que o ti Cavalinho trasfegava o vinho, previamente baptizado, do pipo para o garrafão. E a coisa era mesmo verdade, porque o jornal fazia prova.
Sabia fazer contas com "cobrados", conhecia a história de Portugal de fio a pavio, falava das civilizações grega e romana e por aí fora.
Homem já entrado na idade, grande conversador e grande pedagogo, tinha sempre uma regra para ensinar aos mais novos, mas também gostava de lhes pregar umas rasteiras. Não eram raras as vezes em que punha à prova a sabedoria dos cachopos que vinham passar as férias escolares.
- Atão parente, em que ano andas? Sabes em que dinastia D. Pedro III foi rei de Portugal?
Nem esperava pela resposta e avançava logo com o sacramental problema do pombal das cem pombas e do gavião (lembram-se?), atrapalhando o raciocínio ao sortudo a quem tivesse calhado a rifa.
A dada altura é que foram elas.
Numas férias grandes, apareceu por ali um rapaz a cavalo numa montada que não precisava de esporadas nem de puxões de rédeas para se empinar nas patas traseiras e abrir, campo fora, desenfreada. Aquela Kawasaki 125 cross, que parecia um potro ainda por amansar, deixava tudo abismado. Com dois pinchos para lá e dois para cá ia à Granja e voltava.
Aquilo é que era uma novidade das valentes.
Era o filho do Ferreta, vaqueiro na Granja. Alguns ainda se lembravam dele em garoto, quando estudava no seminário. Sempre que cá vinha, ajudava o senhor padre António na missa, mas depois, tendo ido estudar para Coimbra, chegava à Granja de fugida para visitar os pais e nem vinha aos Toulões.
O bom do ti Zé, uma vez que o apanhou a jeito, tratou logo de lhe fazer o teste. O rapaz conseguiu inverter posições e, como grande malabarista da matemática que era, passou ele a questionar. Ao conseguir provar diante dos seus olhos, que 1 era igual a 2 e, depois, que 2+2 era igual a 5, deixou o ti Zé descomposto.
- Este sabe mai qu’ a justiça velha!
Recompondo-se, sacou da cartola o trunfo que guardava sempre que se via enrascado. O problema das laranjas que ainda ninguém lhe tinha resolvido. Nem ele o sabia resolver. Sabia apenas o resultado, mas revelá-lo..., tá quieto.
Ditou o problema sem grandes explicações.
O Zécá só pediu para recapitular:
- Ora vejamos: três guardas, metade das laranjas mais metade de uma sem partir nenhuma a cada um e ficou com zero laranjas.
- Quantas colheu?
Pede-lhe a "BIC cristal escrita normal" que guardava no bolso da véstia e, num papel com que o ti J’quim encartuchava os tremoços, faz meia dúzia de rabiscos, põe o problema em equação e apresenta a solução.
- Veja lá se está certo senhor Zé.
Olhando para o papel, pensa lá para com ele:
- Este gajo sabe tralha basta. Atão no é que atinou logo à primeira.
Rendido à inteligência do rapaz, lança um elogio em tom de desabafo:
- Já vi que sabes mai qu’ o Bandarra.
Pede-lhe a "BIC cristal escrita normal" que guardava no bolso da véstia e, num papel com que o ti J’quim encartuchava os tremoços, faz meia dúzia de rabiscos, põe o problema em equação e apresenta a solução.
- Veja lá se está certo senhor Zé.
Olhando para o papel, pensa lá para com ele:
- Este gajo sabe tralha basta. Atão no é que atinou logo à primeira.
Rendido à inteligência do rapaz, lança um elogio em tom de desabafo:
- Já vi que sabes mai qu’ o Bandarra.
INTÉRPRETE PARA FORASTEIROS
baraças; 1] neste caso, o nome é alusivo à alcunha de uma família que habitava o largo(terreiro por não ser calcetado) e que lhe deu o nome. 2] cordeis
burranca; burra nova
corgalho; atado de coisas
desabelhar; retirar-se rapidamente, pôr-se a andar, desaparecer
fazer uma bola; fazer uma pausa no trabalho para fumar um cigarro ou beber água
laranjas d'imbigo; Laranjas de umbigo, laranjas da baía
leitura do correio; anunciar os nomes das pessoas a quem se detinava a correspondência
parente; Tratamento amistoso dado pelos mais velhos aos mais novos
paspalhão; palerma
passar a peneira; enganar, ludibriar
pincho; salto, pulo
povoléia; populaça