Eu tenho em casa uma arca
Eu tenho em casa uma arca
feita de ferro e madeira
onde guardo coisas velhas
guardadas de igual maneira
velhos bocados de trapo
restos de loiça e metal
coisas que têm bons cheiros
ou que talvez cheirem mal
mas que são testemunho
do que fui e do que sou
suporte ao peso da herança
da terra que me gerou
e toda a gente tem arcas
mas que não abrem a ninguém
pois não se diz nem se mostra
tudo aquilo que se tem
e só quando o homem velho
for o homem libertado
deixaremos de ter coisas
fechadas a cadeado.
Eu tenho em casa uma arca
feita de ferro e madeira
onde guardo coisas velhas
guardadas de igual maneira
velhos bocados de trapo
restos de loiça e metal
coisas que têm bons cheiros
ou que talvez cheirem mal
mas que são testemunho
do que fui e do que sou
suporte ao peso da herança
da terra que me gerou
e toda a gente tem arcas
mas que não abrem a ninguém
pois não se diz nem se mostra
tudo aquilo que se tem
e só quando o homem velho
for o homem libertado
deixaremos de ter coisas
fechadas a cadeado.
Este poema, da autoria de MOITA MACEDO, dedico-o a todos os que têm a paciência de vir afuroar no meu Arcaz.
A Arca Velha nasceu do carinho que tenho pela minha terra e pela genuinidade das suas gentes, protagonistas destas estórias que fui aprendendo a contar, com a ajuda dos vossos ensinamentos, ao longo destes dois anos passados.
BEM HAJAS VÓS!!!
12 comentários:
Bem-haja o Chanesco, porque são momentos muito bons aqueles que proporciona a quem lê.
Dois anos? Parabéns, então. Mas nós é que recebemos o presente.
Um abraço
Chanesco
Bem haja a ti pelos bocadinhos que passo aqui a ler-te, mesmo quando não estás.
Já te roubei uns pedacinhos de prosa aqui e ali, daqueles mais saborosos...
E obrigada por me teres recebido sempre como uma amiga, desde que dei aqui os primeiros passos, já lá vai quase um ano.
Um grande abraço de parabéns
Parabens e muito obrigado amigo Chanesco.
Amigo Chanesco
Saúdo-o e contemplo estes seus dois anos aqui mágicamente partilhados.
Bem hajas amigo dos Toulões.
Adorei o poema e parabens pelas coisas que a "Arca" nos tem revelado!
Um abraco dalgodrense.
Belo poema, � bom por aqui passar
Sauda�es amigas
Andei um pouco fugido, mas sempre soube apreciar este espaço de memória, inteligência e qualidade, uma mais valia indiscutível na blogosfera, que muito aprecio. Encerrei os meus blogues anteriores e abri novo espaço, mas modesto. Boa semana e sempre a estimá-lo.
Não precisas de "bem-hajar" ó chanesco. Todos gostamos "disto".
Os meus parabéns pelo tempo de blogosfera, ao menos com este Arcaz.
De Moita Macedo, deixo-lhe aqui o que lá escrevi, no site que lhe é dedicado:
"Só pode ser verdade quando se diz que há quem já nasça artista.
O que Moita Macedo nos deixou não se aprende, vem de dentro, nasceu antes de nascer.
Um grande artista, em suma."
Obrigado pelos belos momentos que me levou a passar junto de um grande artista português.
Um abraço pra si.
Jorge G.
E em boa hora se lembrou de nos revelar essas maravilhosas estórias, algumas bem encoiradas por muito muito tempo, porventura, outras obtidas recorrendo a experiências pessoais ou de familiares e amigos.
São as melhores estórias que podemos deixar escritas para os nossos vindouros. É caso para dizer. Seria agora ou nunca. Estou a ver as novas gerações a sentarem-se demasiado em frente das playstations e a comer pipocas...
Pode ser que me engane, mas ando um bocado pessimista.
Belo poema...mesmo a propósito.
Um abraço, amigo Chanesco
António
Meu querido Chanesco,
Mais uma leitura, mais um abraço,
da Meg
Essas "estórias"que o amigo chanesco conta,pertencem a um mundo não corrompido que,aos poucos,vai morrendo.A raça,que se diz humana,ainda há-de chorar pelo regresso às cavernas!O Chanesco pertence ao grupo daqueles que valem a pena.Um abraço do amigo Carlos!
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