domingo, maio 24

10-2009: Lenga-lenga à porta

Para não ouvir " depois da casa arrombada trancas à porta... " escuso-me a aidentificar este local
(tal como aconteceu a uma enorme pia em "cantaria" na vinha do Ti Dominguinhos)
(outros exemplos aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui... emuitos mais)


Miscelânea de lenga-lengas



Mão morta, mão morta
Vai bater àquela porta

Truz, truz, truz,
Nem chus, nem bus
Truz, truz, truz,
- Oh da casa!
Truz, truz, truz,
Pode-se entrar patroa?
Trago-lhe duas notícias
Quer a má ou quer a boa?
Truz, truz, truz,
- Quem vem lá?
- Gente viva, que morta não se quer cá!
- Onde é que estás?
-Na cadeirinha
- O que estás a fazer?
- Renda sem linha
Tiroliroliro
À porta assentada
Todos a dormir
Só eu acordada
Tiroliroliro
À porta assentada
Estou a fazer renda
Com uma linha apagada

8 comentários:

Mare Liberum disse...

O mesmo se tem passado aqui pela serra. As pias, as mós, os arados, as charruas têm sido levadas das casas agora habitadas pela saudade e pelo silêncio.
Quanto às lengalengas lembro-me de uma cantada pelo avô:lagarto pintado
quem te pintou?
Foi uma velha que por aqui passou...

Um abraço desta serra meridional com vista de mar.

MPS disse...

Meu caro Chanesco

Lenga-lengas conheço muitas, mas nenhuma das que aqui deixou. Como sempre, fico mais rica por ter passado aqui.

Isto dos roubos faz-me trepar pelas paredes. Mas é história antiga. Muito antiga!

Um abraço

a d´almeida nunes disse...

E é como diz, meu amigo Chanesco. Nós, na nossa boa fé, às vezes vamos divulgando certos achados, património rico do passado, muitas vezes, e, dessa forma, acabamos por abrir caminho à ladroagem que por aí grassa como coelhos bravos em mato cerrado.
Quanto às Lenga-lengas há-as por aí com fartura. O problema é que começam a ficar no esquecimento, que a malta nova não se incomoda muito na preservação das suas raízes. Digo eu, assim de repente. Mas há que ter em conta alguns belos exemplos de grupos de jovens que até fazem recolhas para publicação.
Talvez ainda consigamos manter a memória de muitas...

Um grande abraço

Tozé Franco disse...

Olá Chanesco.
Infelizmente o nosso património vai-se perdendo, seja pedras ou lengalengas. Os mais novos parece não valorizarem este tipo de coisas.
É uma pena.
Um abraço.

Meg disse...

Caro Chanesco,

E mais uma vez saio daqui mais rica, porque quando de tradições de trata, sou especialmente curiosa... vim de longe, mas ainda a tempo de aprender.
E são tão poucos os que têm o conhecimento e o talento para no-la transmitirem! E TU TENS!!

Bem hajas!

Um abraço

ManuelNeves disse...

Viva!

Que dizer?! Que Fazer?! Será que nesta terra de bons costumes (???) está tudo a saque?! Valha-nos as lengalengas que vão sobrevivendo ao tempo que passa.

Um Abraço

Patch disse...

Pois, a culpa de as portas se fecharem é que não há quem as mantenha abertas!
De que serve perorar sobre esta triste sorte de horizontes mais fechados se o pessoal prefere as paisagens das lonjuras...cinzentamente urbanas ?
Para alegrar a alma,palremos, pois as ladaínhas que ainda lembramos! Vivam elas!

Joaquina S. Celestino disse...

É verdade, o património vai-se delapidando por todo o interior.Mas um pouco mais de optimismo,temos de conseguir um meio para o impedir.Se pensarmos todos juntos talvez surja uma ideia luminosa!As lenga lengas ni nguém nos as pode tirar; comecemos por registá-las e por tentar ensiná-las aos mais novos mesmo que estejam longe da terra dos antepassados.Lá vai mais uma: Dim- -da- da- lão cabeça de cão rabo de ovelha não tem coração...